Vamos lá...serve uma taça de
vinho brasileiro e vamos conversar!
por Flávia Medeiros*
O Brasil possui
vinhos brancos, roses e tintos de grande qualidade
A produção não fica só nas
bolinhas. Temos brancos, roses e tintos de grande qualidade. Temos vinhos
simples e caros, uns com qualidade e outros nem tanto!
Neste país continental temos
antigos e tradicionais terroirs, como na Serra Gaúcha, no extremo sul do país e
outras novíssimas regiões como o cerrado no centro do país, passando pelo paralelo
8 na região do Vale do São Francisco, no nordeste do Brasil.
As uvas tintas também já
encontram seu lugar em nossa terra. A Merlot já se adaptou e garantiu o
primeiro AOC nacional. Outras tintas se destacam, como a Syrah no Vale do São
Francisco e a Tannat na Campanha Gaúcha.
Os brancos ficam melhores a
cada ano. A Sauvignon Blanc na Serra Catarinense é um destaque e a Chardonnay
no Rio Grande do Sul é absolutamente agradável!
O que precisamos quebrar é o
PRÉ conceito contra o vinho nacional. Temos impostos altos, isso é fato, mas
pensem que há produtores investindo muito para nos trazer uma repaginação dos
vinhos. Muitos produtores optam por produção limitada de seus vinhos que os
tornam jóias que muitas vezes nem alcançam todo país. Porém alguns consumidores
torcem o nariz quando falamos de vinho brasileiro, grave erro! Outro erro é
comparar vinho nacional com vinho estrangeiro, as vezes outras uvas e até
terroir. Isso não dá certo caro leitor, vinho brasileiro se compara com
brasileiro, melhor ainda da mesma região. Assim como vinhos chilenos com
chilenos e assim por diante.
Rapidamente vou falar sobre
duas tintas mais utilizadas no Brasil.
Merlot...
Possui alta capacidade de
adaptação sem perder qualidade com os mais variados climas e solos. Muito
versátil, também é utilizada em corte com outras uvas. Um clássico Merlot possui
cor intensa, elegante, um corpo médio e com o passar dos anos seus taninos ficam
bem sedosos.
Cabernet Sauvignon...
A rainha das tintas é
resultado do cruzamento da Cabernet Franc com a Sauvignon Blanc. Muito sensível
e com aromas herbáceos marcantes como o famoso pimentão verde. Estes vinhos são
um tanto duros e tânicos em sua juventude, mas o tempo só faz melhorar a sua
qualidade.
Essas duas castas que acabei
de descrever, são as mais procuradas pelos brasileiros principalmente no
inverno. Harmonizam com massas, sopas, fondue, e até um bom churrasco.
Volto a dizer, vinho bom é aquele
que nos agrada e PRÉ conceito é algo que pode lhe tirar o prazer de novas
descobertas.
Defendo o Vinho Nacional,
trabalho com eles alguns anos (como a Vinícola Battistello na foto), sou
defensora do custo X benefício, mas sou consumidora também.
Não indico o que não conheço,
e não recomendo um vinho apenas por tendência de mercado, recomendo por paixão!
Um brinde ao inverno!
(*) Consultora em vinhos e com
especialização na área. No Brasil é uma das poucas profissionais que conta com
a certificação Wine & Spirit Education Trust – Level 2. Contato:
chateaumedeiros@hotmail.com