Você conhece bem
os vinhos alemães? Já degustou algum deles? Talvez sua resposta seja não, mas
com toda certeza já ouviu falar das afamadas garrafas azuis! Na época, ele foi
um grande colaborador para que o brasileiro começasse a degustar vinho!
por Flávia Medeiros*
A maioria dos vinhos alemães é
de excelente qualidade, mas pouco consumidos por nós
brasileiros. Antes da
chegada das discutidas garrafas azuis, achavam-se que os franceses produziam os
melhores tintos e os alemães os melhores brancos. Pelo preço, a garrafa azul
teve o mérito de fazer o vinho chegar pela primeira vez à mesa de um número
maior de pessoas, mas pela qualidade todos os vinhos alemães foram
injustiçados. Com isso, o consumidor mudou de opinião.
Atualmente é fácil observar a
pouca quantidade de vinhos germânicos nas prateleiras. Por outro lado, a
dificuldade em entender o significado dos nomes nos rótulos também deixa o consumidor
inseguro, fazendo com que ele escolha os de mais fácil compreensão.
Sendo assim, separei algumas
dicas bem objetivas que estão nos rótulos que irá facilitar sua escolha.
Algumas uvas: Muller-Thurgau,
Riesling, Silvaner, Kerner etc;
A região do Vale do Mosel produz
os melhores Rieslings do mundo. São leves, aromáticos, pouco alcoólico,
charmosos e elegantes. E com capacidade de envelhecimento.
Categorias baseadas na
maturação, ocasião de colheita e qualidade dos vinhos. Temos algumas, sendo a
Qualitatswein mit Pradikat (QmP) a mais relevante. É o mais
alto nível de qualidade dos vinhos alemães. Existem seis tributos especiais,
também mencionados nos rótulos, indicando um determinado nível de maturação
durante a colheita.
- Kabinett – vinhos secos e leves, feito de uvas totalmente maduras;
- Spatlese – vinhos de colheita tardia, contendo muito mais açúcar. São intensos e concentrados em versões doce ou seco ( Trocken);
- Auslese – uvas colhidas de maneira selecionada, muitas vezes afetadas por fungos que a desidratam (botrytis). Normalmente doces. Nos mais secos ou meio secos o rótulo traz a palavra Trocken ou Halbtroken.
- Beerenauslese – colheita individual de cachos super maduros, normalmente afetados por botrytis, produzindo vinhos muito doces e finos para acompanhar sobremesa.
- Trockenbeerenauslese – colheita de cachos super maduros, afetados por botrytis e enrugados como uva passas. Somente produzidos em boas safras, em clima de outono favorável, vinhos doces, deliciosos. Uns dos mais caros e raros.
- Eiswein - vinhos de intensidade Beerenauslese, feito de uvas colhidas e prensadas ainda congeladas. Tem doçura e intensidade de uvas passas, mas retém um traço ascendente de acidez. Maravilhoso!
Entendo que há rótulos mais
simples e objetivos disponíveis no mercado, mas garanto que pode ser uma grata
experiência descobrir os vinhos Alemães!
(*) Consultora em vinhos e com
especialização na área. No Brasil é uma das poucas profissionais que conta com
a certificação Wine & Spirit Education Trust – Level 2. Contato:
chateaumedeiros@hotmail.com