1 - Chicabon, o picolé mais famoso
do Brasil, que completa 65 anos, foi o primeiro do país e o segundo sorvete a
ser lançado pela Kibon, em 1942, logo depois do Eski-bon. O sorvete no palito
mantém até hoje a mesma fórmula, que o diferencia do mero sorvete de chocolate:
além do leite e do chocolate, leva malte.
2 - A fórmula de sucesso
era um negócio da China. Antes de chegar por aqui, o picolé já era fabricado
pela empresa americana U.S. Harkson no país oriental. Diante da ameaça de
guerra entre China e Japão, o dono decidiu fugir com a empresa para o Rio de
Janeiro. Por aqui, a Harkson virou Sorvex e, depois, Kibon. A composição foi
alterada para se adaptar ao paladar mais doce dos brasileiros.
3 - Além do sucesso nas
padocas e botecos de esquina, o picolé foi eternizado nos textos do dramaturgo
Nelson Rodrigues, que dizia que "é preciso alma até para chupar um
Chicabon" e que "sem sorte não se chupa nem um Chicabon. Você pode
engasgar com o palito ou ser atropelado pela carrocinha".
4 - A origem do nome da
guloseima é controversa. A versão oficial diz que Chicabon é uma homenagem
carinhosa às tantas mulatas cariocas chamadas Francisca (ou Chica), nome comum
na época. Outra, mais romântica, conta que um americano da empresa caiu de
amores por uma negra chamada Francisca e decidiu declarar o seu amor no nome do
picolé.
5 - Nos anos 40, a foto
da garota-propaganda Eleonora Fuchs, de 19 anos, ilustrava os pôsteres do então
Chica-bon, com os dizeres "sorvete formidável" e o valor de CR$ 1,50 (imagem ao lado). Eleonora recebeu críticas pela frente única decotada que usava na foto e largou
os trabalhos de modelo para casar. Ainda assim, não se livrou do
"carma" do sorvete: é chamada de miss Chicabon até hoje, aos 79 anos.
FONTE: Revista Folha